quinta-feira, 30 de julho de 2009

Elemento Químico 112



O elemento de número 112, o unúmbio, da tabela periódica poderá receber um nome muito melhor do que o atual digno de 2009: copernicum (Cp). Digno, vou dizer aqui por duas razões óbvias (ou não):
Primeiro porque 2009 é o Ano Internacional da Astronomia, então nada mais justo que fazer esta devida homenagem a esse campo da ciência; Segundo pela importância da Teoria Heliocêntrica do Sistema Solar, que diz que o Sol está PERTO do centro do universo, que diz que a Terra possui 3 movimentos: rotação diária, volta anual, e inclinação anual de seu eixo. O que pode explicar muita coisa, por exemplo, as estações do ano, que por sua vez podem ser cruciais para quem vive da agricultura ou para um país onde a agricultura é a base de sua economia.
Bom, unúmbio foi descoberto em 1996 por um grupo de cientistas chefiado por Armbruster no Heavy Ion Research Laboratory (G.S.I.) em Darmstadt na Alemanha produzido através da reação nuclear entre o chumbo 208 e o zinco 70 em um acelerador linear de partículas. Atualmente a IUPAC usa a nomenclatura provisória para o elemento 112 chamando-o de unúmbio (Uub). Maaaaas!! Eis que um pesquisador (Sigurd Hofmann) e sua equipe da mesma instituição (o G.S.I) propuseram o nome do astrônomo Copérnico na tabela. E a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) deixou claras as condições para se propor um nome a um novo elemento químico num artigo de 2002 que diz:
“Um procedimento é proposto para nomear novos elementos... os descobridores são convidados a propor um nome e um símbolo para a Divisão de Química Inorgânica da IUPAC. O Elemento pode ser nomeado dando referência a um conceito mitológico, um mineral, um lugar ou país, uma propriedade ou um cientista. Após análise e aceitação pela Divisão de Química Inorgânica, a proposta segue para o conselho da IUPAC para obter sua aprovação”.
A IUPAC agora levará um período de seis meses para discussão para eliminar potenciais confusões, pois a sigla Cp já foi utilizada como sinônimo do fragmento de ciclopentadieno C5H5
http://historiasdasciencias.blogspot.com

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ônibus Brasileiro a Hidrogênio





O Ônibus Brasileiro a Hidrogênio começará a circular em testes na RegiãoMetropolitana de São Paulo a partir de agostoo/2009.
Ao lado dos biocombustíveis e dos veículos elétricos, o hidrogênio é visto por especialistas como uma real alternativa para os derivados de petróleo que emitem poluentes e tendem a escassear no futuro porque as reservas de óleo e gás natural são finitas, tanto pelo esgotamento de anos de exploração como pelo aumento do consumo mundial. Assim, a experiência brasileira se enquadra dentro de uma série de experimentos que são realizados pelo mundo com carros e ônibus a hidrogênio no lugar da gasolina e do diesel com o objetivo de diminuir os gases nocivos às pessoas e ao planeta.
O hidrogênio é o elemento químico mais abundante do planeta, e libera apenas vapor de água. Com a construção do primeiro veículo do tipo na América Latina, o Brasil passa a ter posição global de destaque ao lado dos Estados Unidos, da Alemanha e da China.
O uso de um sistema de propulsão híbrido com dois sistemas automotivos de célula a combustível combinado com baterias é outra característica pioneira, proporcionando ao veículo menos peso, com mais eficiência no consumo e no rendimento, a um custo menor.
O ônibus possui nove cilindros de hidrogênio e aparelho de ar-condicionado no teto e todos os outros equipamentos ficam na parte de trás do veículo. Em outro modelo o design é diferente. Todos os equipamentos estão instalados no teto, o que o faz necessitar de uma suspensão eletrônica especial e muito cara. Mas ele é igualmente dependente da célula a combustível. É ela que transforma o hidrogênio em eletricidade e faz mover o ônibus por meio de dois motores elétricos. A célula é formada por um conjunto de placas de eletrodos, normalmente de grafite, que, em forma de sanduíche, agrupa também, entre as placas, uma membrana polimérica chamada de Membrana de Troca de Prótons (PEM, na sigla em inglês). Ao passar por ela, as moléculas de hidrogênio (H2) são quebradas e os elétrons são liberados, gerando eletricidade. Para realizar esse processo eletroquímico, o hidrogênio também se une ao oxigênio captado do ar formando vapor-d’ água no final. Essa tecnologia – componente-chave de todo o sistema – foi adquirida da Ballard, uma empresa canadense que começou a desenvolver células a combustível em 1983 e entre 1992 e 1994 apresentou os primeiros protótipos.
O ônibus também conta com um dispositivo de regeneração do sistema de frenagem (aproveitamento do calor), semelhante ao empregado na Fórmula 1, no qual a energia é armazenada nas baterias e usada na necessidade de maior potência na movimentação do veículo (em subidas, por exemplo).
“O Brasil é um dos cinco países do mundo que dominam a tecnologia e que têm ônibus movidos a hidrogênio. Também é importante salientar que somos o único, entre esses países, que detém uma tecnologia híbrida, como segunda opção para o ônibus a hidrogênio: a eletricidade”, disse o governador José Serra durante a apresentação.
Construído em Caxias do Sul (RS) pela Tuttotrasporti e pela Marcopolo, o protótipo passou pelos testes automotivos necessários para a sua homologação. Os outros três veículos serão incluídos no sistema a partir de 2010.
O projeto prevê a fabricação de até quatro veículos, mais a montagem da estação de produção de hidrogênio e abastecimento dos ônibus, em São Bernardo do Campo, com o apoio técnico da Petrobras, da BR Distribuidora e da AES Eletropaulo.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) destinou US$ 16 milhões do Global Environmental Facility (GEF) para a iniciativa. O Brasil foi beneficiado com o financiamento por ser um país de economia emergente, maior produtor (50 mil unidades por ano) e o maior mercado consumidor de ônibus do mundo.
A EMTU/SP, coordenadora nacional do projeto, será responsável pelo acompanhamento e avaliação do desempenho dos veículos que circularão nas 13 linhas do Corredor Metropolitano ABD (São Mateus / Jabaquara), operado pela concessionária Metra.
“Será um teste muito importante do ponto de vista operacional, pois é preciso examinar a economicidade e a viabilidade econômica do projeto. O projeto vale um grande investimento inicial porque se trata de uma tecnologia e uma forma nova de transporte”, disse Serra.
Esse trabalho será feito até 2011 com os quatro ônibus previstos no projeto. Após o período de testes, os veículos serão incorporados à frota operacional do corredor.

fonte http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3882&bd=1&pg=1&lg=

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Cerveja com teor alcoólico de 18,2% é lançada na Grã-Bretanha




Os criadores alegam que querem combater cultura do consumo rápido de bebidas
Uma cervejaria da Escócia, a BrewDog, lançou no mercado britânico uma cerveja com 18,2% de teor alcoólico, que alega ser a mais forte da Grã-Bretanha.

A garrafa de cerveja Tokyo*, de 330 ml, tem seis unidades de álcool - duas vezes o limite médio diário recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para um homem adulto.

Segundo a OMS, homens não devem exceder a ingestão de 21 unidades por semana e as mulheres, 14 unidades. Cada unidade significa 10g de álcool.

No Brasil, o teor alcoólico das cervejas mais famosas fica entre 3% e 5%.

A Tokyo* usa em sua composição jasmim, cranberries (uma fruta do hemisfério norte), malte e lúpulo americano e então é fermentada com levedura de champanhe para aumentar o teor alcoólico.

A bebida está sendo vendida na Grã-Bretanha por 9,99 libras (cerca de R$ 31) a garrafa.

O lançamento da BrewDog foi criticada por instituições de combate ao alcoolismo, mas a cervejaria insistiu que a nova bebida vai ajudar a combater a cultura local do consumo rápido de grandes quantidades de bebida alcoólica.

"Cervejas produzidas em massa, industrializadas, são tão suaves e sem sabor que você fica inclinado a beber uma grande quantidade", afirmou o fundador da BrewDog, James Watt.

"Estamos desafiando as pessoas a consumir menos bebidas alcoólicas e educando o paladar dos apreciadores com cervejas artesanais que possuem uma incrível profundidade de sabor, corpo e caráter."

"As cervejas que fazemos na BrewDog, incluindo a Tokyo*, fornecem uma cura à cultura do consumo rápido de cerveja", acrescentou.

''Engano''
Uma ONG escocesa que combate o alcoolismo, a Alcohol Focus Scotland, afirmou que o argumento da cervejaria é um "engano" e que a alta porcentagem de álcool da Tokyo pode causar tantos danos quanto o excesso de bebidas.

"Esta companhia está completamente enganada se pensa que uma cerveja com 18,2% de álcool por volume vai ajudar a resolver os problemas da Escócia com bebidas alcoólicas", afirmou o diretor executivo da organização Jack Law.

"É absolutamente irresponsável lançar uma cerveja tão forte em um momento em que a Escócia enfrenta níveis sem precedentes que problemas de saúde e sociais relacionados ao álcool."

"Apenas uma garrafa desta cerveja contém seis unidades de álcool, duas vezes o limite diário recomendado", acrescentou.

"A ideia do consumo rápido de bebidas alcoólicas se resume a ficar bêbado rápido, então, esta cerveja vai ajudar as pessoas?", questionou uma porta-voz da ONG britânica de combate aos problemas do fígado British Liver Trust.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/07/090727_cervejaforteescociafn.shtml

Hidrocarbonetos nas profundezas





A origem do petróleo e do gás natural está em organismos vivos que morreram, foram comprimidos e aquecidos sob pesadas camadas de sedimentos na crosta terrestre. A ciência tem especulado durante anos se alguns desses hidrocarbonetos também poderiam ter sido criados, sem a presença de matéria orgânica, em camadas mais profundas do planeta.

Um novo estudo internacional revelou, pela primeira vez, que o gás etano (C2H6) e outros hidrocarbonetos mais pesados podem ter sido sintetizados nas condições de temperatura e pressão do manto superior – a camada localizada entre a crosta e manto que envolve o núcleo da Terra.

A pesquisa, realizada por cientistas do Laboratório Geofísico do Instituto Carnegie, nos Estados Unidos, com participação de cientistas da Rússia e da Suécia, foi publicada neste domingo (26/7) na edição on-line da revista Nature Geoscience.

Enquanto o metano (CH4) é o principal componente do gás natural, o etano é usado como matéria-prima petroquímica. Ambos são considerados hidrocarbonetos saturados, por possuírem apenas ligações simples entre os átomos de carbono e serem saturados com hidrogênio.

Utilizando uma câmara de bigorna de diamante (DAC, na sigla em inglês) e uma fonte de calor a laser, os cientistas submeteram o metano a pressões superiores a 20 mil vezes a pressão atmosférica natural ao nível do mar, com temperaturas variando de 700 C° a mais de 1.200 C°.

Em tais condições, que reproduzem aquelas encontradas no interior da Terra entre 65 e 150 quilômetros de profundidade, o metano reagiu, formando etano, propano, butano, hidrogênio molecular e grafite. Os cientistas, em seguida, submeteram o etano às mesmas condições e o resultado foi a formação de metano.

De acordo com os cientistas, as transformações obtidas sugerem que hidrocarbonetos pesados poderiam existir em camadas profundas da Terra. A reversibilidade implica que a síntese de hidrocarbonetos saturados é termodinamicamente controlada e não requer matéria orgânica.

"Ficamos intrigados por experiências anteriores e previsões teóricas", disse um dos autores do estudo, Alexander Goncharov, do Instituto Carnegie. "Experimentos feitos há alguns anos submeteram o metano a altas pressões e temperaturas, revelando a formação de hidrocarbonetos mais pesados. No entanto, as moléculas não puderam ser identificadas. Nós superamos esse problema melhorando nossa técnica de aquecimento a laser, que nos permitiu aquecer um volume maior de maneira mais uniforme. Com isso, descobrimos que o metano pode ser produzido a partir de etano”, declarou Goncharov.

De acordo com os autores, a hipótese de que os hidrocarbonetos gerados no manto migram para a crosta da Terra e contribuem com a formação de reservatórios de petróleo e gás foi levantada na Rússia e na Ucrânia há muitos anos.

“Será preciso investigar, a partir de agora, a síntese e estabilidade dos compostos estudados nessa pesquisa, assim como a de hidrocarbonetos mais pesados, em toda a gama de condições dentro do manto da Terra. Além disso, será preciso estabelecer em que medida esse ‘carbono reduzido’ sobrevive à migração para a crosta sem ser oxidado, por exemplo, formando CO2”, disse Goncharov.

O artigo de Alexander Goncharov e outros pode ser lido por assinantes da Nature Geoscience em www.nature.com/ngeo.
Agencia Fapesp -27/07/2009

domingo, 5 de julho de 2009

Sacolas Plásticas - Usar ou não usar?



Diante das preocupações em relação a preservação do Meio Ambiente, surge uma pergunta: O que fazer com as sacolas plásticas?
Elas aumentaram extraordinariamente nos lixões,e sua biodegradação leva aproximadamente 300 anos! Além disso, são produzidas através de fontes não renováveis de energia - o petróleo.A China precisa refinar 37 milhões de barris de petróleo por ano, o suficiente para encher o tanque de 118 milhões de carros, para produzir os 3 bilhões de sacos plásticos que consomem diariamente. Já os brasileiros,consomem diariamente 44 milhões de sacos plásticos. (Revista Veja)
Usamos plásticos para, praticamente tudo, até mesmo para prevenir uma gravidez.
Estima-se que o mundo utilize 1 milhão de sacolas plásticas por minuto; No mundo, são consumidas mais de 500 bilhões sacolinhas plásticas por ano;
Só no Estado do Paraná, os supermercados produzem cerca de 80 milhões de sacolas por mês; Uma barraca de feira chega a utilizar mil saquinhos plásticos por dia; O Brasil produz anualmente cerca de 250 mil toneladas de filme plástico (material de que são feitas as sacolinhas plásticas); O plástico representa cerca de 10% de todo o lixo do País.(Fontes: Conpet, Ministério Público do Paraná e Plastvida)
A cidade de Devon na Inglaterra baniu o uso das sacolas plásticas. Os vários estabelecimentos comerciais da cidade deixaram de usar as sacolas plásticas após 6 meses de campanha e conscientização popular. Da floricultura ao açougue, as embalagens foram sendo substituídas gradualmente alcançando a eliminação total. Outras cidades já tentam imitar o sucesso de Devon.(BBC News)
Grande parte dos sacos de plástico não acondicionados em lixeiras acabam, chegam aos rios e os oceanos comprometendo a vida nesses ecosistemas.


Acreditam as indústrias produtoras que, por serem frágeis, as sacolas plásticas rasgam com facilidade, tornando-as inadequadas para reciclagem e dificultando seu recolhimento.
Para combater a inadequação das sacolas plásticas utilizadas em supermercados, a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief) criou o Programa da Qualidade de Sacolas Plásticas, desde Fevereiro/2007 em parceria com o Instituto Nacional do Plástico (INP), com o apoio da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores (Abad). O programa visa estimular os fabricantes do setor a conquistarem a certificação ABNT NBR 14937:05. [Revista Embanews]
Será que a produção de sacolas mais resistentes é a solução?
Sabemos que ao reciclar, estamos dando vida nova a materiais que acabariam inutilizados em lixões ou aterros sanitários, não poluindo o Meio Ambiente. Pode ser uma solução!
Cabe a cada um de nós,separar os plásticos e entregar à coleta seletiva da prefeitura ou às cooperativas de catadores,para que cheguem às indústrias de reciclagem que, por sua vez, executarão a reciclagem propriamente dita.
Uma outra alternativa que se apresenta é a utilização de plásticos oxi-biodegradáveis. Os oxi-biodegradáveis são, à primeira vista, plásticos idênticos aos comuns. O diferencial, no entanto, está na sua composição molecular, a qual é adicionado um aditivo químico de sal (cerca de 1 ou 2%), que acelera seu processo natural de biodegradação – de 400 para 24 meses.
No caso destes plásticos,a oxibiodegradação acontece em dois estágios. No início o plástico é convertido, pela ação de oxigênio, temperatura ou radiação ultravioleta em fragmentos moleculares menores. Em seguida esses fragmentos se biodegradam, o que significa que são convertidos em dióxido de carbono, água e biomassa por microorganismos decompositores. Para fomentar tal característica, os fabricantes misturam um aditivo pró-oxidante a polímeros convencionais, como polipropileno, polietileno ou outros. Esses polímeros são os mais usados para confecção de sacos e outros produtos plásticos. O aditivo pró-oxidante acaba por tornar o polímero supostamente biodegradável. Quando descartado em aterros ou lixões, o aditivo quebraria as longas cadeias moleculares que formam os polímeros, conferindo-lhe as características necessárias para ser consumido pelos microorganismos presentes no solo.
Porém, temos ainda um outro problema:- o que fazer com a fonte não renovável - o petróleo,usada na produção dos plásticos, cujo consumo é cada vez maior?
Sacolas retornáveis, ou sacolas ecológicas, confeccionadas em sua maioria,em algodão cru,estão sendo projetadas para substituir as poluentes bolsas de papel e de plástico
Sabemos que a reciclagem do plástico é extremamente eficiente. O que nos resta é buscar mais informações, analisá-las e optar por medidas que venham colaborar com a redução da poluição por parte destes materiais.

Plásticos - um pouco da história!

O plástico está em todo lugar. Enquanto você lê este artigo, provavelmente muitos itens de plástico estão ao seu alcance (computador, caneta, telefone). Plástico é qualquer material que possa ser moldado em qualquer formato; alguns existem naturalmente, mas a maioria é feita pelo homem. Os plásticos são feitos a partir do petróleo. O petróleo é uma matéria-prima rica em carbono, e os plásticos são compostos de grande massa molecular que contêm carbono ( ou seja: muitos carbonos ligados entre si e ligados a outros elementos químicos) São grandes moléculas chamadas polímeros, que se formam pela combinação de unidades menores (geralmente repetitivas), unidas por ligações covalentes chamadas monômeros( moléculas pequenas). Os químicos combinam vários tipos de monômeros de maneiras diferentes para fazer uma variedade quase infinita de plásticos com propriedades químicas diferentes.
A maioria dos plásticos é quimicamente inerte e incapaz de sofrer reações químicas com outras substâncias. Você pode armazenar álcool, sabão, água, ácido ou gasolina em um recipiente plástico sem dissolvê-lo. O plástico pode ser moldado em uma variedade quase infinita de formatos; portanto, você o encontra em brinquedos, xícaras, garrafas, utensílios, fios, carros, e até no chiclete. Os plásticos revolucionaram o mundo.



O primeiro plástico surgiu em um concurso realizado em 1860, quando fabricantes de bola de bilhar, Phelan and Collander, ofereceram uma recompensa de 10.000 dólares a quem conseguisse um material que substituisse o marfim natural usado na fabricação das bolas de bilhar. O inventor norte americano Wesley Hyatt,desenvolveu um método de processamento sob pressão,da piroxilina - um nitrato de celulose, com baixa nitração e tratado anteriormente com cânfora e um solvente a base de álcool, que foi patenteado com o nome de celulóide.Na verdade, Hyatt não ganhou o prêmio, mas seu produto passou a ser usado para fabricação de diversos objetos, entre eles, armações para óculos e filmes cinematográficos.Os filmes, possibilitaram o desenvolvimento da indústria cinematográfica no final do século XIX. Este tipo de plástico é conhecido como termoplástico.
Termoplásticos, são plásticos onde os átomos de carbono são unidos por ligações que se rompem facilmente na presença de calor.



Em 1909, o químico Leo Hendrik Baekeland (1863-1944), sintetizou um polímero de interesse comercial, a partir das moléculas de fenol e formaldeido.Era de fácil moldagem no momento em que ser formava e logo solidificava, tornando-se duro, resistente à água e a alguns solventes. Este plástico recebeu o nome de baquelite, considerado o primeiro plástico totalmente sintético.
Atualmente sabemos que a baquelite é um copolímero - formado por monômeros ( unidades menores) diferentes.



Os Cabos de chaleiras, panelas, facas, telefones são feitos de baquelite. Que é um plástico, considerado termoestável, isto é, suas ligações entre os átomos são fortes o suficiente para não se romperem na presença de calor.
A descoberta destes plásticos, motivaram os químicos a estudarem e pesquisarem mais sobre tais reações e outros materiais foram surgindo.
Na década de 30, ingleses polimerizaram o gás etileno, simplesmente controlando a ação do calor e a pressão - o plástico obtido foi o polietileno (PE).Na década de 50, surge o polipropileno( PP).

Os polietilenos são usados por nós diariamente. Há quatro tipos básicos:-
Polietileno de Baixa Densidade (PEBD): 0,910-0,925 g/cm3. Apresenta moléculas com alto grau de ramificação. É a versão mais leve e flexível do PE. É utilizado basicamente em filmes, laminados, recipientes, embalagens, brinquedos, isolamento de fios elétricos, etc. Produção brasileira em 1998: 652.647 t.
Polietileno de Baixa Densidade Linear (PEBDL): 0,918-0,940 g/cm3. Apresenta menor incidência de ramificações, as quais se apresentam de forma mais regular e são mais curtas que no PEBD. Suas propriedades mecânicas são ligeiramente superiores ao PEBD em termos de resistência mecânica. Seu custo de fabricação é menor. Sua flexibilidade e resistência ao impacto recomenda sua aplicação para embalagens de alimentos, bolsas de gelo, utensílios domésticos, canos e tubos. Produção brasileira em 1998: 175.053 t.
Polietileno de Alta Densidade (PEAD): 0,935 - 0,960 g/cm3. Apresenta estrutura praticamente isenta de ramificações. É um plástico rígido, resistente à tração, com moderada resistência ao impacto. Utilizado em bombonas, recipientes, garrafas, filmes, brinquedos, materiais hospitalares, tubos para distribuição de água e gás, tanques de combustível automotivos, etc. Produção brasileira em 1998: 692.864 t.
Polietileno de Ultra Alto Peso Molecular (PEUAPM): G.P. da ordem de 3.000.000 a 6.000.000. Alta inércia química, alta resistência à abrasão e ao impacto, baixo coeficiente de atrito, alta maciez. Praticamente infusível, processado com grande dificuldade, geralmente através de sinterização. Aplicações: engrenagens, componentes para bombas de líquidos corrosivos, implantes de ossos artificiais, isolamento de fios e cabos, mancais, revestimentos de pistas, trilhos-guias, etc. O Brasil ainda não produz este tipo de plástico.

Substituindo um átomo de hidrogênio por um de cloro, na molécula do etileno ( fig. abaixo), obtém-se policloreto de vinila (PVC), um plástico resitente ao fogo, duro e adicionando-lhe alguns aditivos, é possível obter um plástico para uso em roupas, cortinas,portas sanfonadas, tubos para conexões, etc.



Outro plástico,parecido com o PVC é o politetrafluoretileno (PTFE), conhecido popularmente como teflon, usado largamente como antiaderente.
O Polestireno (PS), foi desenvolvido na Alemanha (década de 30),é um material transparente, usado na fabricação de vasos, potes plásticos para cozinha, embalagens térmicas.
O Nylon, fibra usada nos tecidos, também foi descoberto na década de 30 por Walace Carothers e, acredita-se que seja a primeira fibra artificial.Outras fibras sintéticas descobertas em seguida foram o orlon e o acrílico, muito uteis durante a Segunda Guerra Mundial.
O trabalho com polímeros, rendeu o Prêmio Nobel de Química em 1963, à Karl Ziegler que em 1953 desenvolveu o polietileno e Giulio Natta - 1954 pelo desenvolvimento do polipropileno, que são os plásticos mais usados na atualidade.
O plástico faz parte da vida contemporânea, segundo as indústrias produtoras, ele é 100% reciclável e está em milhares de produtos.
Sem ele, não haveria computadores, seringas descartáveis, bolsas de soro e de sangue para salvar vidas. O plástico tornou os automóveis mais leves, reduzindo a emissão de CO2, causador do efeito estufa. dependemos dos plásticos para muitas coisas.
Entretanto, faz-se necessário desenvolver ações de educação sobre consumo responsável, coleta seletiva, reciclagem e utilização dos plásticos para a geração de energia; para que possamos continuar desfrutando de tais avanços proporcionados pela ciência, sem destruir nosso planeta!!

sábado, 4 de julho de 2009

ÁLCOOL- prazer ou desprazer?


A convivência com adolescentes, nos permite comprovar o que os noticiários vem trazendo há algum tempo. Me refiro ao aumento no consumo de álcool. De todas as drogas lícitas, O álcool é uma das que tem seu consumo incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas ( rebite ou bolinha,guaraná em pó, barbitúricos, entre outros). Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um problema. Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool a longo prazo, dependendo da dose, frequência e circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência conhecido como alcoolismo. Parece que nossos jovens não se dão conta disso! De acordo com Organização Mundial de Saúde, o mercado das drogas permitidas,tem aumentado, sendo as mais consumidas e as que mais resultam em fatalidades diárias.Permitidas por Lei, criam nos indivíduos falsas necessidades, alterando o organismo, fisica e psiquicamente.
Entre as alterações mais comuns, podemos citar: ataque cardíaco, doenças respiratórias, enfisema, câncer, impotência sexual, alterações na memória, perda do autocontrole, gota, rompimento das veias, danos no fígado, rins e estômago, cirrose hepática, úlceras, gastrites, irritabilidade, dor de cabeça, insônia, ansiedade, agitação e outros.
Ao mesmo tempo que apresenta ação estimulante, o álcool pode também apresentar ação depressora. Após a imediata ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição, porém, após certo tempo de consumo, começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma. Tais efeitos variam de pessoa para pessoa, pois alguns organismos podem apresentar dificuldades em metabolizar o álcool.
E mesmo que, enquanto professores, ensinemos a nossos alunos,que o álcool presente nas bebidas, trata-se do etanol, cuja fórmula está representada abaixo, mesmo que alertemos sobre as reações químicas que ele proporciona, os males que ele causa...mesmo assim, nossas palavras parecem jogadas ao vento...



...ainda assim, vou continuar insistindo...por isso estou postando um pouquinho mais sobre o álcool, na esperança que entre os leitores estejam alguns alunos meus....e que reflitam sobre as informações aqui presentes.
Então...... este álcool de que falo, é também conhecido por álcool etílico e na linguagem popular, simplesmente álcool. É uma substância obtida da fermentação de açúcares, encontrado em bebidas como cerveja, vinho e aguardente. Ele é miscível em água e em outros compostos orgânicos. Seu ponto de fusão é em -114,1°C e seu ponto de ebulição é em 78,5°C. Sendo o mais comum dos álcoois, têm grupos hidroxilo (OH) ligados a átomos de carbono (C.) Podem ser vistos como derivados orgânicos da água em que um dos hidrogênios foi substituído por um grupo orgânico.
Na Antiguidade, a produção de álcool se restringia à fermentação natural ou espontânea de alguns produtos vegetais, como açúcares. A expanção ocorre, a partir da descoberta da destilação – procedimento que se deve aos árabes. Mais tarde, já no século XIX, fenômenos como a industrialização expandem ainda mais este mercado, que alcança um protagonismo definitivo, ao mesmo ritmo em que se vai desenvolvendo a sociedade de consumo no século XX. O seu uso é vasto: em bebidas alcoólicas, na indústria farmacêutica, como solvente químico, como combustível ou ainda com antídoto.
Fisiologicamente, o álcool altera o equilíbrio químico no cérebro. Ele afeta substâncias químicas no sistema nervoso central, como a dopamina. O corpo eventualmente anseia pelo álcool para restaurar sentimentos de prazer e evitar sentimentos negativos. Pessoas que já sofrem de muito estresse ou problemas psicológicos, como baixa auto-estima e depressão, apresentam maior risco de desenvolver alcoolismo.
Quando uma pessoa bebe, cerca de 20% do álcool é absorvido pelo seu estômago; os outros 80% são absorvidos pelo seu intestino delgado. A velocidade com que o álcool é absorvido depende da concentração de álcool na bebida. A vodca, por exemplo, será absorvida mais depressa do que a cerveja, porque nela a concentração é maior. Depois de uma farta refeição, o álcool é absorvido mais lentamente. Após o álcool ter sido absorvido, ele entra em sua corrente sanguínea e percorre seu corpo. Enquanto o álcool age, o corpo vai simultaneamente trabalhando para removê-lo. Os rins e os pulmões removem cerca de 10% através da urina e da respiração - é por isso que o teste do bafômetro pode ser utilizado para medir o nível de álcool no sangue. O fígado transforma o resto do álcool em ácido acético.
Sendo assim, após alguns drinques, os efeitos físicos do álcool tornam-se aparentes. Como citado anteriormente, os efeitos do álcool estão relacionados à sua concentração no sangue, que aumenta quando o corpo recebe mais álcool do que pode eliminar. Não se pode evitar que após algumas doses a mais, o álcool “suba à cabeça”, como se costuma dizer. Mas se os efeitos inebriantes dessa ingestão são muito conhecidos, o mesmo não ocorre com sua atuação na atividade cerebral.
Sabe-se que o álcool altera a comunicação entre neurônios. “Há muito interesse em descobrir como o álcool atua no cérebro. Uma das diversas hipóteses é que o álcool funciona ao interagir diretamente com proteínas de canais iônicos, mas não havia estudos que identificassem o local dessa associação”, segundo os estudos de Slesinger.
Slesinger, através da sua pesquisa demonstra que o álcool interage diretamente com um local específico localizado dentro de um canal iônico, que tem papel fundamental em diversas funções cerebrais associadas com eventos epiléticos e com o abuso de álcool e drogas.
Os canais, chamados de canais Girk, são abertos durante períodos de comunicação química entre neurônios e amortecem o sinal entre eles, criando o equivalente a um curto-circuito.
Quando os Girks se abrem em resposta à ativação neurotransmissora, íons de potássio são liberados pelo neurônio, diminuindo a atividade neuronal. O estudo é o primeiro a identificar que o álcool estimula os canais Girk diretamente, e não por meio do resultado de outras alterações moleculares nas células.
“Achamos que o álcool sequestra o mecanismo de ativação intrínseca dos Girk e estabiliza a abertura dos canais. O álcool pode fazer isso por meio da lubrificação das engrenagens de ativação dos canais”, aponta Slesinger.
“Se pudermos encontrar uma droga que se encaixe no ponto específico de atuação do álcool e ative os canais Girk, talvez possamos diminuir a excitabilidade neuronal no cérebro, o que resultaria em uma nova estratégia para o tratamento da epilepsia”, disse o pesquisador.
O artigo A discrete alcohol pocket involved in Girk channel activation, de Paul Slesinger e outros, pode ser encontrado na Nature Neuroscience em www.nature.com/neuro.
O consumo excessivo de álcool é a principal causa da pancreatite crónica. Contudo, os mecanismos pelos quais o etanol a causa ou sensibiliza o pâncreas para ser alvo de dano por outros factores não são conhecidos.
O álcool etílico consegue ainda perturbar os numerosos processos regulatórios que permitem aos rins funcionarem de forma normal – altera a estrutura e a função renal, assim como anula a sua capacidade em manter a composição de fluidos e electrólitos no corpo.
O etanol pode, em parte, contribuir para a supressão da actividade reprodutora dos machos, por atrofia testicular, disfunção dos órgãos reprodutores acessórios, supressão da espermatogénese e infertilidade.
Pode também ter influência directa no crescimento e desenvolvimento da criança – a criança pode nascer com Síndrome Fetal Alcoólica (FAS). O etanol é uma droga capaz de originar tolerância e um alto grau de dependência, tanto física como psicológica.
Para minimizar tal situação, a legislação brasileira (Código Nacional de Trânsito, que passou a vigorar em Janeiro de 1998),penaliza todo o motorista que apresentar mais de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue. A quantidade de álcool necessária para atingir essa concentração no sangue é equivalente a beber cerca de 600ml de cerveja (duas latas de cerveja ou três copos de chope), 200ml de vinho (duas taças) ou 80ml de destilados (duas doses).
Beber muito freqüentemente pode causar danos permanentes, como redução no tamanho do cérebro e deficiência nas fibras que transportam informações entre as células cerebrais.
Muitos alcoólatras desenvolvem uma doença chamada Síndrome de Wernicke-Korsakoff, que é causada por uma deficiência de tiamina (uma vitamina do complexo B). Essa deficiência ocorre porque o álcool interfere na forma como o corpo absorve as vitaminas B. Pessoas com Síndrome de Wernicke-Korsakof apresentam confusão mental e falta de coordenação e ainda podem ter problemas de memória e aprendizado.
O corpo responde ao contínuo consumo de álcool tornando-se dependente dele. Essa dependência, a longo prazo, causa alterações nas reações químicas do cérebro. Ele se acomoda à presença regular de álcool, alterando a produção de neurotransmissores. Quando o indivíduo pára ou reduz drasticamente a bebida, cerca de 24 a 72 horas depois, o cérebro começa a sentir os efeitos da abstinência ao tentar reajustar sua química. Os sintomas de abstinência incluem desorientação, alucinações, delírios, náuseas, suores e convulsões.