quarta-feira, 29 de julho de 2009
Ônibus Brasileiro a Hidrogênio
O Ônibus Brasileiro a Hidrogênio começará a circular em testes na RegiãoMetropolitana de São Paulo a partir de agostoo/2009.
Ao lado dos biocombustíveis e dos veículos elétricos, o hidrogênio é visto por especialistas como uma real alternativa para os derivados de petróleo que emitem poluentes e tendem a escassear no futuro porque as reservas de óleo e gás natural são finitas, tanto pelo esgotamento de anos de exploração como pelo aumento do consumo mundial. Assim, a experiência brasileira se enquadra dentro de uma série de experimentos que são realizados pelo mundo com carros e ônibus a hidrogênio no lugar da gasolina e do diesel com o objetivo de diminuir os gases nocivos às pessoas e ao planeta.
O hidrogênio é o elemento químico mais abundante do planeta, e libera apenas vapor de água. Com a construção do primeiro veículo do tipo na América Latina, o Brasil passa a ter posição global de destaque ao lado dos Estados Unidos, da Alemanha e da China.
O uso de um sistema de propulsão híbrido com dois sistemas automotivos de célula a combustível combinado com baterias é outra característica pioneira, proporcionando ao veículo menos peso, com mais eficiência no consumo e no rendimento, a um custo menor.
O ônibus possui nove cilindros de hidrogênio e aparelho de ar-condicionado no teto e todos os outros equipamentos ficam na parte de trás do veículo. Em outro modelo o design é diferente. Todos os equipamentos estão instalados no teto, o que o faz necessitar de uma suspensão eletrônica especial e muito cara. Mas ele é igualmente dependente da célula a combustível. É ela que transforma o hidrogênio em eletricidade e faz mover o ônibus por meio de dois motores elétricos. A célula é formada por um conjunto de placas de eletrodos, normalmente de grafite, que, em forma de sanduíche, agrupa também, entre as placas, uma membrana polimérica chamada de Membrana de Troca de Prótons (PEM, na sigla em inglês). Ao passar por ela, as moléculas de hidrogênio (H2) são quebradas e os elétrons são liberados, gerando eletricidade. Para realizar esse processo eletroquímico, o hidrogênio também se une ao oxigênio captado do ar formando vapor-d’ água no final. Essa tecnologia – componente-chave de todo o sistema – foi adquirida da Ballard, uma empresa canadense que começou a desenvolver células a combustível em 1983 e entre 1992 e 1994 apresentou os primeiros protótipos.
O ônibus também conta com um dispositivo de regeneração do sistema de frenagem (aproveitamento do calor), semelhante ao empregado na Fórmula 1, no qual a energia é armazenada nas baterias e usada na necessidade de maior potência na movimentação do veículo (em subidas, por exemplo).
“O Brasil é um dos cinco países do mundo que dominam a tecnologia e que têm ônibus movidos a hidrogênio. Também é importante salientar que somos o único, entre esses países, que detém uma tecnologia híbrida, como segunda opção para o ônibus a hidrogênio: a eletricidade”, disse o governador José Serra durante a apresentação.
Construído em Caxias do Sul (RS) pela Tuttotrasporti e pela Marcopolo, o protótipo passou pelos testes automotivos necessários para a sua homologação. Os outros três veículos serão incluídos no sistema a partir de 2010.
O projeto prevê a fabricação de até quatro veículos, mais a montagem da estação de produção de hidrogênio e abastecimento dos ônibus, em São Bernardo do Campo, com o apoio técnico da Petrobras, da BR Distribuidora e da AES Eletropaulo.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) destinou US$ 16 milhões do Global Environmental Facility (GEF) para a iniciativa. O Brasil foi beneficiado com o financiamento por ser um país de economia emergente, maior produtor (50 mil unidades por ano) e o maior mercado consumidor de ônibus do mundo.
A EMTU/SP, coordenadora nacional do projeto, será responsável pelo acompanhamento e avaliação do desempenho dos veículos que circularão nas 13 linhas do Corredor Metropolitano ABD (São Mateus / Jabaquara), operado pela concessionária Metra.
“Será um teste muito importante do ponto de vista operacional, pois é preciso examinar a economicidade e a viabilidade econômica do projeto. O projeto vale um grande investimento inicial porque se trata de uma tecnologia e uma forma nova de transporte”, disse Serra.
Esse trabalho será feito até 2011 com os quatro ônibus previstos no projeto. Após o período de testes, os veículos serão incorporados à frota operacional do corredor.
fonte http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3882&bd=1&pg=1&lg=
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